Nota pra si mesma

Meninas, escrevam uma coisa que aprendi sobre a vida e não foi a experiência quem me disse. Foi um lampejo de bondade do tempo, me dizendo o que realmente rege.

Um dia, escrevam aí, vocês vão chegar em casa cansadas, com os pensamentos mais fundamentais esgotados e dor nos ombros, porque as compras do supermercado pesam mais que a vida. Então, o jantar não vai saciar, porque nem fome você tem. O banho não vai relaxar e, mesmo com todo o cansaço, o sono não vai aparecer tão cedo.

Nesse dia, você não vai saber de onde vêm a preocupação e a angústia. Algumas vezes, inclusive, você vai suspirar de tédio e balançar a cabeça negativamente.

Mas, mesmo com tudo isso, mesmo com esse vazio todo, ainda haverá sua música preferida. Suas músicas preferidas. Sua banda favorita, que parece compor/tocar/cantar sempre pra você. Nunca vai deixar de existir o volume mais alto que os vizinhos podem tolerar e a vontade de cantar e deixar os males vazarem.

E cantar essas músicas gritando, embora pareça só algo que você já fez milhões de vezes, vai te lembrar que uma noite ruim não é uma vida ruim. Ou, pelo menos, vai embalar os sonhos.