{top cinco} Rei Roberto

Hoje é dia de especial de fim do ano de Roberto Carlos e eu tenho que dizer que, pra mim, ele é genial. Como compositor (boa parte das vezes em parceria com Erasmo Carlos) e mesmo como intérprete de altas músicas que não escreveu, mas ficaram conhecidas na voz dele. O rei é absurdamente foda, tem um estilo muito bem definido, um domínio extraordinário da voz, coloca um poço de sentimento em tu-do o que canta e, principalmente, pra isso não grita nem canta tremendinho o queixo.

O problema é que as coisas que ele produziu dos anos 80 pra cá, com algumas exceções, não me causam a menor identificação. Um romantismo meio José Augusto, aquelas músicas pra mulheres gordinhas, de óculos, de quarenta e as outras pros caminhoneiros, taxistas e toda sorte de profissões não me dão lá instiga de ouvir (na real eu até gosto da música pros caminhoneiros, haha). O problema é que as pessoas da minha faixa de idade cresceram ouvindo essas produções dele e acabaram (ou acabamos) criando uma aversão ao King e não procurando as coisas apoteóticas (meo, não estou exagerando) que ele fez nas décadas de 60 e 70. Quem me tirou da escuridão e me mostrou o que era o Roberto Carlos das primeiras décadas de carreira foi o Del Rey (Mombojó + China cantando os clássicos do Rei) e por isso lhes sou eternamente grata. =)

Pois pronto, como eu sei que ele quase não vai cantar dessas músicas, minhas preferidas, aqui vai um top five não com as melhores, porque cinco é muito pouco, mas com alguns dos mais-mais clássicos do rei Roberto Carlos (me arrepio quando falo isso):

Se Você Pensa: pra começar pulando, cantando alto, de olho fechado como quem dirige a mensagem pra alguém que merece ouvir umas verdades. O "Daqui pra frente tudo vai ser diferente/Você tem que aprender a ser gente/ O seu orgulho não vale nada" é dos refrões mais empolgantes que eu conheço. Além disso não posso com essa cartola amassada do vídeo.

Nossa Canção: há poucos anos Vanessa da Mata regravou essa música, que é das mais lindas que eu conheço, mas, embora eu seja suspeita porque nem gosto dela (dela, Vanessa da Mata), a regravação sequer se aproxima da original. O engasgo em cada verso, o ar de tristeza que a música tem, tudo isso só existe na versão do King, ouçam, é das minhas interpretações preferidas dele.

Nas Curvas da Estrada de Santos: é a melhor música melancólica da história da melancolia. "Só ando sozinho e no meu caminho o tempo é cada vez menor". Ela é total dedo na ferida, além da letra forte, os arranjos dão uns nós na garganta. Das mais bonitas.

Ilegal, Imoral ou Engorda: não há quem escute e não adore, dá vontade de dançar loucamente pela casa.

Ciúme de Você: pra ninguém terminar de ler o post melancólica, outra pra pular feito uma desequilibrada enquanto ouve. Essa música é tão, mas tão, bonitinha que depois de escutar é difícil não se pegar dando suspiros iguais aos das fãs de cabelo chanel e sapatinho boneca que suspiravam pelo rei nos shows dos 60's.

De brinde, um drops, com Del Rey tocando "Não Há Dinheiro no Mundo", outra top-top: