O post sobre o post

Meninas, dada a polêmica (tá bom, não foi uma polêêêmica, mas teve potencial) do post sobre o direito de não gostar das coisas, achei que rolaria fazer outro post pra esclarecer alguns pontos levantados.

Então vamo lá, muita gente aqui deve conhecer o conceito de Web 2.0, que, mesmo discutível e batido, funciona pra resumir as coisas e poupar nosso tempo. Web 2.0 é (resumindo demais) a web focada no usuário, no poder de geração e distribuição de informações que os usuários da web têm, usando suas ferramentas como plataforma pra isso.

Nesse contexto se encaixa a proliferação de blogs, que ficou ainda mais forte com o surgimento do Blogger (que facilitou pra quem queria ter um blog e não tinha conhecimento técnico) e se mantém em expansão até hoje. A maior importância dos blogs, assim como de outras mídias sociais, é que neles o conteúdo é produzido, divulgado e classificado pelos próprios usuários (é, essa palavra ainda vai aparecer por aqui), sem, pelo menos em princípio, obedecer a regras impostas por grupos maiores (como as emissoras de TV ou grandes revistas que são subordinadas aos grandes grupos de comunicação, tipo Globo, Abril, Warner e mais um bocado).

Enquanto em mídias como a TV a mensagem vem de um só foco pra atingir um grande público (comunicação um-todos), por aqui - nos blogs, no Twitter, no Orkut e tantos outros meios online - o conteúdo pode ser criado por todos, assim como todo mundo tem o direito de replicar (comunicação todos-todos).

Como não há regras impostas a esse conteúdo, o criado pelo usuário (hihi), são os outros usuários que julgam a qualidade disso. O que é julgado como bom acaba ficando popular entre os membros de um grupo de interesse (às vezes até passa a abarcar outros grupos) e o que é considerado ruim por algum motivo (muitas vezes não é realmente ruim, mentiroso ou dispensável, só não caiu nas graças das pessoas) é esquecido, esquecido e uma hora vai ficar lá nas últimas páginas de resultados da pesquisa no Google.

Bom, esses rodeios todos são pra dizer que:

1: o maior mérito da comunicação feita pelos blogs é exatamente o fato dela não obedecer a regras (exceto as impostas pelo formato, claro: textos de blogs, por exemplo, são sempre posts e a organização deles na página, na maioria das vezes, é por ordem de tempo). Nem de design, nem de editoração, nem de grandes empresas, grupos políticos ou qualquer outro. Você escreve o que quer no seu blog e ninguém - ninguém mesmo - tem o direito de dizer o que é digno de pauta em qualquer blog que não seja o seu (o dele, quero dizer).

2: exatamente por esse princípio, de que blog é lugar pra livre expressão, eu não me vejo no direito de moderar - muito menos impedir - comentários. Se é um meio de comunicação todos-todos, qualquer opinião vai ter seu espaço.*

Então já que todo mundo tem seu espaço garantido, vou usar o meu pra esclarecer alguns comentários do post que falei lá no começo. Não vou dizer o nome de cada pessoa que escreveu porque não quero cricrizar ninguém, só falar das questões levantadas (ficou meio formal isso, né?).

Sobre as críticas se basearem em ridicularização:

Bom, eu tive poucos momentos de crítica real no Ricota, em que falei de coisas que me incomodavam de verdade (tipo esse). Provavelmente o que apareceu definido como crítica aqui é aquele tipo de post que volta e meia aparece no blog, em que uma foto ou o comentário de um famoso serve como base pra uma piada, não uma crítica. Com a diferença básica de que pra escrever uma crítica eu preciso de embasamento sobre o assunto que tá sendo tratado, e pra fazer uma piada eu só preciso achar o assunto engraçado. Qualquer pessoa pode achar meu humor de mau gosto, mas não por motivos que ele não apresente (continua na próxima resposta).

Sobre apontar o dedo e dizer que alguém é feio, brega ou burro:

Gente, eu sempre tive uma preocupação e achei que ela ficasse bem evidente, mas acho que me enganei e talvez seja bom esclarecer logo: nos posts-piada, que comentei na primeira resposta, eu nunca uso adjetivos pra definir a pessoa de quem eu falo, muito menos adjetivos como "feio, brega e burro".

Além do que, na maior parte das vezes, o post não chega a nenhum ponto, só abre espaço pra que as leitoras cheguem a suas próprias conclusões. Como disse (vou bater nessa tecla), jamais chamei alguém de feio ou burro aqui, aliás a maioria desses posts sequer se refere a alguém, mas a uma roupa que alguém usou (que eu tenho todo o direito de achar brega - embora evite delimitar esse tipo de coisa - ainda que outras pessoas não concordem, senão a gente só poderia expressar unanimidades), a uma declaração que tenha feito, a uma maquiagem mal-sucedida ou mesmo uma careta ou, sei lá, pose engraçada.

Podem reparar que eu não dirijo ofensas a pessoas (chamei Karl Lagerfeld de idiota, mas encarem isso como crítica. E com embasamento). Se uma piada não adjetiva, não impõe conclusões aos leitores nem quer ser rasgada ou chula, acaba ficando irônica (e não, eu não acho que ironia seja sinônimo de inteligência). Nem todo mundo gosta, é verdade,

mas, como eu disse antes, blogs - e quem escreve neles - têm que ser livres, assim como quem lê, que sempre pode optar por não ler.

Sobre só ícones de beleza, elegância e inteligência serem aptos a falar de beleza, elegância e inteligência de outras pessoas:

Antes de qualquer coisa, eu não falo da "elegância" de qualquer pessoa pelo simples fato de que eu odeio essa palavra e tudo a que ela remete. Educação e gentileza são importantíssimos, cruciais, mas elegância, pra mim, é bobagem.

Voltando ao assunto, vou pegar emprestados dois exemplos do meu daborado (e adaptá-los): quer dizer que um comentarista esportivo tem que, antes, ter sido um atleta premiado? Que ninguém pode ser comentarista político se nunca chegou à presidência da república? Pra comentar uma coisa basta querer comentar, pra que sua opinião sobre essa coisa seja levada em consideração basta que você tenha percepção e conhecimento a respeito. Esse conhecimento pode vir de várias fontes além da experiência.

Como eu já comentei que não classifico nem adjetivo pessoas aqui, essa resposta fica como preventiva. =)

Sobre eu ser mal-educada e grossa:

Não, eu não sou.

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Meninas, fora isso, a única coisa que eu posso dizer é que, agradando ou não a todo mundo, eu não escrevo fazendo tipo, não quero que vocês me imaginem melhor do que eu sou e muito menos que alguém me idolatre. Eu criei esse blog - e mantenho até hoje - pra ter um lugar onde eu possa escrever sobre coisas (amenidades na maior parte das vezes) que me interessam e pra encontrar pessoas que tenham interesses parecidos, que se identifiquem de alguma forma.

Peço desculpa se ofendi alguém, nunca tive essa intenção. Às moças que se sentiram à vontade pra falar o que pensam, obrigada. Isso acabou abrindo espaço pra que eu comentasse coisas que nunca tinham sido colocadas na mesa por aqui. E àquelas que gostam do blog e vão com a minha cara, agradeço pela opinião, pelo apoio e pela companhia. =*

*Só pra evitar mal-entendido, gente: lórrico que baixaria, spam e propaganda tendem a ser apagados dos comentários.