Então eis que, depois de certos adiamentos e ainda algumas esperas, minha mãe fez uma histerectomia e, de quebra, tirou um mioma. Desde segunda ela estava internada, rolou a cirurgia na quarta e voltamos pra casa hoje. Passei boa parte desse tempo lá no hospital, tendo dormido lá nos dias depois da cirurgia.
Primeira coisa importante a ser dita: dormir a noite toda numa cadeira é não dormir. Pra quem não sabe, em enfermarias os acompanhantes dos pacientes, na maioria das vezes, só tem cadeiras pra dormir, o conforto dessas cadeiras é que costuma variar: das magrelinhas de plástico às desejadas e raras reclináveis.
Eu diria que a minha lá no hospital fica entre essas duas só que pendendo muito mais pra primeira, ela até tem um acolchoadinho, coitado, mas passa longe de levar nome de confortável, e depois de algumas horas, quando sua bunda já neutralizou o acolchoado, mermão, é brabíssimo. Mas, enfim, minha mãe passou bem-bem pela cirurgia, recebeu alta e agora a vida tá boa e a cama, perto.
Mas vocês sabem como são essas experiências novas, eu nunca tinha acompanhado ninguém em um hospital, tipo dormir e comer lá, já tinha ido visitar pessoas em hospitais - agora fiquei em dúvida se esse plural condiz com a realidade - mas nunca vivi nada daquilo como rotina, então alguns impactos ficam.
Era uma ala feminina e todas de quem eu soube o motivo de cirurgia tinham algum problema no sistema reprodutor. Tinha meninas de vinte anos tirando miomas, outras que iam tirar miomas pela terceira ou quarta vez, tinha aquelas com um feto que se desenvolveu nas trompas, várias histerectomias e alguns casos de câncer. Fora as outras incontáveis variações de problemas desse tipo que vi por lá. Apesar disso, o clima lá não é pesado ou eu que peguei dias mais leves. Mesmo assim saí achando que esse aparelho reprodutor que a evolução nos deu não parece tão evoluído. Me senti vulnerável do jeito mais banal que tem, me imaginei descobrindo cistos, miomas, nódulos a cada exame e tendo que fazer dúzias de cirurgias por isso até ficar velhinha.
Ontem um tive que sair ou pouco de lá pra passar no banco e fiquei tão entusiasmada em ver pessoas andando na rua sem soro, sem macas, sem comentários sobre pontos e dipironas e sobre o carisma desse ou daquele médico que passei mais tempo do que precisava na rua, sabe? Andando e olhando fascinada praquela saúde toda andando ao meu redor. É muito difícil manter a saúde quando se está num hospital, ou pelo menos acreditar que você pode estar saudável e viver muito e que não vai ter que se operar todo ano depois dos trinta.
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REalmente quando passamos alguns dias no hospital com alguém nosso é que percebemos o quanto a saúde é importante e o quanto somos frágeis e precisamos nos cuidar.
ResponderExcluirDesejo que sua mãe esteja se recuperando bem.
Beijinhos
http://www.papodemeninas.com/
Dani, nunca passei com ninguém no hospital, passaram comigo... fiz uma cirurgia para retirada do apêndice que complicou mais do que as normais e fiquei 4 dias internada, sem poder comer nem beber absolutamente nada, só no soro! Graças a Deus meu plano de saúde cobria quarto com cama (digna) para acompanhante, que foi minha mãezinha! Pode ter certeza que sua mãe será grata a você pra sempre viu! Quando estamos internadas é que sentimos o quanto somos amadas pela família e amigos! Ficamos mais frágeis.
ResponderExcluirDesejo que sua mãe tenha longos anos de vida!
Besos.
http://fiquelindagastandopouco.blogspot.com
oooi, amei o blog,
ResponderExcluirvisita o meu?
www.donamoda-carolldebora.blogspot.com
se puder seguir e indicar, agradecerei *-*
bjjs e amei o blog *-*
A melhor coisa quando se estar num ambiente como esse de hospital é procurar não se envolver com o problema dos outros, o que não quer dizer que você não pode ser solidária. No entanto tente se proteger emocionalmente e se coloque como espectadora isso irá ajudar você a continuar com saúde e poder ajudar que está precisando. Melhoras para sua mãe!
ResponderExcluirPassar os dias em um hospital é realmente complicado. Passei apenas um dia lá e deu pra ver o drama. Mas é como a Yolanda disse, precisamos nos proteger emocionalmente..
ResponderExcluirMelhoras pra sua mãe!
Engraçado, eu morria de medo de hospitais, mas, depois que passei a trabalhar em um, comecei a achar tudo fascinante. Passo horas do meu dia lendo relatórios de operação.
ResponderExcluirOi, Dani!
ResponderExcluirNão há mesmo como negar que muitas vezes o clima em hospitais é pesado e tenso, especialmente quando o paciente é um ente querido.
Há 6 meses meu pai esteve internado e fiquei com ele por quase uma semana e, apesar de ser médica e realmente gostar muito de hospitais, passar à condição de acompanhante, ficar sem poder conduzir o caso, acabava me deixando um tantinho mais ansiosa...
Que bom que ela está se recuperando bem!!
É mesmo uma cirurgia de grande porte.
beijos, e Feliz Ano Novo a vc e toda a sua família!!
Poxa....ADOREI.
ResponderExcluirEu sinti isso quando fiquei internada pela primeira vez na vida. Tinha 8 anos e desmaiei na escola (HSAHUSHAUSHAUHSUAHSUAHSUASUHUA)... graças a deus não era nada.. mas fiquei em observação vendo crianças tãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao alegres com os mais variados problemas...
Fiquei impressionada como o ser humano pode ser forte.
Oi! eu nunca acompanhei ngm no hospital dessa maneira, mas eu faço faculdade e estágio de Enfermagem e sei bem como deve ser estar do outro lado. Realmente a realidade é triste, não há o conforto que merecíamos, e muitas vezes o paciente e os acompanhantes/familiares não recebem o apoio emocional que precisam. Passar um dia no hospital pra mim é uma lição, pois tantas vezes reclamamos da vida tendo saúde, enquanto milhares de pessoas já fazem daquele ambiente sua casa... Enfim, fica como experiência, né? Beijos! :)
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