Cápsula do Tempo

Quando tinha lá meus catorze ou quinze anos, vi uma dica num programa de Ana Maria Braga (pois é) que tinha lá suas boas cargas de poesia. No final do ano você deveria escrever uma carta em agradecimento pelo que conseguiu no ano que vem. É, é assim mesmo, você escreveria tudo o que gostaria de conquistar no ano que vai começar, mas como se já tivesse conseguido, em tom de agradecimento.

É meio auto-ajuda, meio religioso, mas não deixa de ter a graça da esperança quando se escreve e da curiosidade um ano depois, na hora de ler.

Hoje eu li sobre uma versão muito mais legal - e cheia de encanto - que a outra, que a Namaria me ensinou há tanto tempo. Essa versão não tem a ver necessariamente com desejos, agradecimentos ou conquistas. Você escreve uma carta para si mesmo, guarda na Cápsula do Tempo e só pode ler daqui a dez anos. Falar sobre o que sente, o que vê, o que espera. Desejar boa sorte, dar uma ordem ou só dizer um oi. Falar com você daqui a tanto tempo é quase como falar com outra pessoa.

E imagina como deve ser se ler depois de uma década, perceber como vê tudo diferente, melhor, e não poder voltar pra se dar um conselho ou qualquer coisa do tipo. Imagina a saudade de si mesmo que dá.

Vamo fazer cápsulas do tempo pra gente? Se as de antigamente eram papeizinhos numa garrafa, na de hoje em dia, a gente faz login com o Facebook. ;)