Sozinha no bar

Uma das partes mais difíceis de viajar sozinha que me apareceu até agora foi ir sozinha ao bar. Só de pensar em mesa de bar, me vem à mente a ideia de conversar, dividir um petisco e provar os drinks que não conheço (mesmo que geral esteja na cerveja e eu seja a menininha do grupo). Pode ser com uma pessoa só ou com dez, mas nunca tinha pensado no bar como um lugar legar pra ir só.

Mesmo assim, resolvi ir. Afinal, bar na solidão ainda é melhor que TV aberta na solidão. Fui anteontem às 21 horas e sentei num bar aqui pertinho. Como era muito perto e ia voltar andando, fiquei com medo de beber álcool e ficar vulnerável (não riam, precisava sentir o território) no caminho. Pedi um suco, umas empanadas de cebola e queijo e, uma hora depois, já tava em casa de novo. Valeu como tentativa mas foi um saco.

A energia contagiante ao registrar o look

No dia seguinte, fui a outro bar pertinho. Já conhecia ambos e, nesse, a experiência sozinha foi bem mais marcante. Saí à meia-noite, embora estivesse pronta desde as dez. Ia pra um encontro que vi no Couchsurfing, mas depois que vi o site do bar, achei meio ozzy e desanimei. Pra não ir dormir deprê, resolvi andar até a Plaza Serrano e decidir um lugar pra ficar. Antes, vi que o Esquina Libertad tava não muito cheio e resolvi comer mais uma vez as batatas rústicas e um drink com gosto de bala de melão chamado Blind Melón (isso, por causa da banda mesmo).

Papas Rústicas e Blind Melón: todo o conforto que uma moça precisa no bar.

Sentei numa mesa perto da TV como estratégia de distração, mas tava num canal de esportes, algo que jamais me distrairá na vida. Pra não comer e beber correndo, resolvi ocupar o espaço da conversa com joguinhos de celular. Só tinha o Pou instalado e quebrei todos os meus recordes na uma hora e meia que fiquei lá. A sorte é que o bar é legal, aconchegante e tem música, o que sempre ajuda o tempo a passar mais de boa.

Meu companheiro de farra

O que eu percebi, com a experiência, foi que vem muita batata pra uma pessoa só e ela não é tão gostosa quando esfria. Notei também que um drink sozinha tem o efeito de dois acompanhada. Por fim, mas não menos importante, percebi como até os atos mais simples são desafiadores quando a gente se impõe limitações. Aposto que, daqui a um tempo, ir a um bar só vai ser tão legal quanto ir a um café sozinha. Afinal, qual a diferença senão a ideia que eu criei de cada um, né?