Que bom te ver de novo, Lolla

O Lollapalooza Brasil existe, pra mim, por dois motivos: aniquilar as economias que consigo fazer o ano todo (ingressos, passagens, hospedagem, vai vendo) e me dar a chance de ver bandas da minha vida. Ano passado, saí de lá com a alma lavadinha depois do show do Arctic Monkeys e, saindo do jóquei como o boy, ainda disse: só volto ano que vem se trouxerem Pearl Jam.

Imaginem a minha histeria meses depois quando soube que eles iam trazer MESMO Pearl Jam? Saí gritando e pulando pela agência (não me orgulho, ok?). Depois, foram confirmadas outras atrações que a gente queria muito ver e foi perfeito. Teve Cake, Black Keys, Franz Ferdinand, Queens Of The Stone Age (que o boy queria muito assistir) e ainda vimos Lirinha, Eddie, Kaiser Chiefs, The Hives, The Killers e, se bobear, tô esquecendo alguém.



Foi lindo e saí de lá, depois de mais de duas horas de Pearl Jam, com uma sensação de quem viveu um grande momento. Na verdade, essa sensação vinha o tempo todo ao longo do show, cada vez que a banda tocava com a energia de quem começou ontem mais uma das músicas que já tocaram pra muita coisa que eu vivi e senti.

A gente saiu de lá com os sapatos mais podres do oeste, com lama, esterco e o que mais cavalos e pessoas podem abandonar no chão molhado de um jóquei clube. Mas nosso coração tava naquela limpezinha de quem realizou um sonho.

Pra diluir o valor da viagem, voltando a falar dessas partes chatas de dinheiro, a gente resolveu tirar férias na época do festval pra aproveitar mais dias em São Paulo, conhecer melhor a cidade. Ficamos num hotel na Rua Augusta, mas me decepcionei um pouco com a dita cuja, na verdade. Muitos bares caros e comuns, com cara de churrascaria. Acho que só valem pra quem vai encontrar os amigos no fim de semana.

Maaaas, pra não dizer que não falei das flores, quero agradecer à Nicole, que me sugeriu num comentário um bar chamado Tubaína, pertinho do hotel. Tudo lá é fantástico. Tomei Mojito de tubaína, Cosmopolitan de tubaína (segunda, terça e quarta tem clone dos drinks feitos com tubaína), caldinho de feijão delícia vegano (lá, tem menu vegano e vegetariano!) e um tal de exibidinho de cogumelos que todo ser vivente deveria experimentar, porque é escandalosamente bom. O atendimento é ótimo e simpático e o ambiente é lindo. Amei muito esse bar.

Também fomos ao Mercado Municipal (com direito a suco e pastel), à Vinte e Cinco de Março, ao Brás, á Liberdade (achados em primeiro lugar, né?), à Bella Paulista (Aline,amiga nossa que mora lá, que apresentou), ao Vegacy, que é um restaurante vegetariano na parte mais legal da Augusta (sentido Jardins), à Galeria Ouro Fino, à Galeria do Rock, ao Masp. Enfim, a um monte de lugares que um turista que se preze sempre vai.

Uma coisa que foi triste em relação à primeira vez que a gente foi, ano passado, é que diferente da Nove de Julho, onde era o outro hotel, a Augusta tem muitos moradores de rua circulando, dormindo nas calçadas, se cobrindo com papelão e tudo aquilo que a gente já vê na nossa cidade, mas acaba entristecendo mais ainda quando percebe em outros lugares. Enfim, a miséria é sempre triste e não se é plenamente feliz sabendo que, enquanto você se diverte, tem alguém subexistindo do seu lado, principalmente se você imagina que boa parte dessas pessoas foi parar na cidade procurando uma vida melhor. Quem sabe, um dia, melhora.

Jeito triste de terminar um post, né?
Vamo tentar melhorar um pouco o post e a vida. :)



"(...) And there is just one word I still believe
And it's love."